O Centro de Referência da Educação Pública da Cidade do Rio de Janeiro-Anísio Teixeira

O Centro de Referência da Educação Pública da Cidade do Rio de Janeiro-Anísio Teixeira (CREP-AT) integra as Gerências da Escola de Formação Paulo Freire e é responsável por gerir e disponibilizar, ao público interno e externo, o acervo formado ao longo dos vários tipos de administração e momentos históricos, desde o Reinado de D. Pedro II até a atualidade. Esse acervo, digital e físico, constituído por narrativas em vídeos, textos, fotografias, documentos, mobiliário, publicações, entre outros, retrata parte da memória da Educação Pública da Cidade do Rio de Janeiro e brasileira. Algumas coleções especiais fazem parte desse acervo, tais como Coleção MOBRAL (1970-1980), Coleção Biblioteca Central de Educação (1930-1960) etc. Já o acervo da Biblioteca Anísio Teixeira é composto de publicações adquiridas periodicamente e disponibilizadas em prol da formação continuada do professor carioca, o que contribui diretamente para a política pública da Secretaria Municipal de Educação.

O Prédio e sua História

O Centro de Referência da Educação Pública da Cidade do Rio de Janeiro – Anísio Teixeira está localizado em um prédio tombado pelo Patrimônio Público, pertencente ao grupo de “Escolas do Imperador”.

O casarão, construído com doações feitas por particulares, teve sua pedra fundamental lançada em 5 de outubro de 1874, pela realização de uma solenidade com a presença do Imperador, o Ministro do Império, Senadores, o Inspetor Geral, delegados e Membros do Conselho Diretor da Instrução Primária e Secundária do Município da Corte, alunos e pessoas da sociedade. A guarda do Sétimo Batalhão de Infantaria de Linha prestou continências no evento. O Monsenhor Felix Maria de Freitas Albuquerque oficiou a benção da pedra, que foi depositada em local previamente definido, junto a uma caixinha de madeira protegida por outra de zinco. Dentro da caixa foram colocados: os jornais do dia; moedas brasileiras; a ata que assinalou o evento; o nome do autor do projeto – Francisco Pereira Passos; os nomes dos empreendedores – Francisco Luiz Ribeiro e CIA; a destinação do edifício – escolas públicas de ambos os sexos.

O prédio foi inaugurado em 14 de março de 1877, durante a administração do Prefeito Bento Ribeiro, com o nome de “Escolas Primárias da Freguesia de Sant’Anna”. No imponente edifício, projetado por Francisco Pereira Passos, destacava-se, em nicho da fachada, a estátua de ferro fundido denominada “A Ciência”, proveniente das Fundições Val d’Osne, na França e que foi tombada pelo Decreto Municipal nº 19011 de 05 de outubro de 2000.

No início, o estabelecimento destinou-se ao ensino primário de meninos e meninas, separados em espaços específicos, conforme o costume da época. No período de 1888 a 1914, abrigou a Escola Normal. Em 1915, a 2ª Escola Profissional Feminina que, em 1913, começara a funcionar provisoriamente nas dependências da Escola José Bonifácio, no bairro da Saúde, foi transferida para o prédio da Praça da República, recebendo a denominação de Escola Rivadávia Corrêa.

No final dos anos 20, foi erguido um prédio anexo, com cinco pavimentos, sem sintonia com as dimensões e as características arquitetônicas do primeiro. Na década de 1960, a então Escola Técnica Secundária Rivadávia Corrêa tornou-se Colégio Estadual Rivadávia Corrêa e, a partir de 1975, ganhou a denominação que conserva até hoje. Em 1998, quando a escola municipal passou a funcionar somente no prédio anexo, teve início o processo de restauração da edificação do século XIX. A partir de 2002, tornou-se sede do Centro de Referência da Educação Pública da Cidade do Rio de Janeiro – Anísio Teixeira (CREP-AT). Em 2012, tornou-se Escola de Formação do Professor Carioca Paulo Freire e a partir de 2018 sua denominação passa a ser Escola de Formação Paulo Freire.

Sobre Rivadávia Corrêa

Rivadávia da Cunha Corrêa nasceu no Rio Grande de Sul, em 1866. Advogado, escritor e jornalista, colaborou com publicações e jornais republicanos e abolicionistas. Foi Deputado Estadual em 1891 e 1892, e Deputado federal por quatro mandatos, no período de 1894 a 1911. Ocupou os cargos de Ministro da justiça e Negócios Interiores e de Ministro da Fazenda. Em 1914, foi nomeado Prefeito do Distrito Federal pelo Presidente Venceslau Brás. Deixou a Prefeitura em 1916, para assumir cadeira no Senado, onde permaneceu até 1920, ano de sua morte.